quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A crítica de Krugman

Paul Krugman tem tecido fortes críticas a Angela Merkel e aos demais responsáveis pela condução da política económica alemã. Terá razões para tal atitude? Segundo o laureado com o prémio Nobel da economia, em 2008, a economia germânica poderá estar a ser o cancro para a própria Zona Euro. No centro das atenções para Krugman está a condução e formulação de uma política macroeconómica orçamental contraccionista. Para o prémio Nobel este cenário é altamente incomportável, em especial numa situação em que a economia alemã, enquanto maior potência económica da Europa, necessita de afirmar a retoma da sua respectiva actividade económica. O que seria, isso sim, necessário para o ponto de vista do economista norte-americano era a condução de uma política orçamental contrária à actualmente praticada, isto é, uma política que visasse a adopção de medidas que premiassem a continuação do dever do estado alemão em promover um aumento da despesa pública alemã (apesar de em menor escala) para que a retoma fosse, de facto, uma realidade mais palpável. Para o executivo liderado por Merkel, esta posição de Paul Krugman é totalmente contrária à filosofia colocada em prática, quer pelos alemães, quer pelo próprio Banco Central Europeu, especialmente dedicado ao facto de tentar garantir a estabilidade do nível de preços, muitas vezes em detrimento da promoção do crescimento das economias da Zona Euro. Na verdade, Paul Krugman tem a sua razão na filosofia na condução da política monetária por parte do BCE, razão pela qual Krugman não esconde a admiração pelo trabalho do FED, em especial pelo trabalho do seu ex-colega Bem Bernanke, líder actual da Reserva Federal americana. As medidas de austeridade germânicas têm visado uma redução dos gastos do estado e, também, reduções salariais em termos reais. Com tudo isto, os estados-membros da Zona Euro serão obrigados, por questões de competitividade, a seguir as práticas alemãs.

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