terça-feira, 3 de agosto de 2010

Liderança Europeia

Na Europa faltam líderes. Faltam líderes em quase todas as instituições europeias, principalmente naquelas em que os europeus dependem das políticas dessas mesmas instituições. Falta liderança na União Europeia, e na sua respectiva comissão, no ECOFIN, no BCE e, também, nos respectivos governos dos próprios estados membros. Liderança é, nada mais, nada menos que, para um dado nível de competências e motivação, alcançar o melhor resultado possível, atendendo ao trabalho daqueles que o desempenham e dos que os rodeiam. Ninguém colocará em causa, de certo, as competências académicas dos denominados “líderes” da Europa contemporânea, nem tanto as suas motivações de levar o projecto europeu a bom porto. A história diz-nos que as populações seguem os grandes líderes; um simples olhar para um passado, mais ou menos longo, e rapidamente chegamos a tais conclusões. Não se poderá exigir o máximo das próprias instituições, se estas mesmas não apresentam líderes capazes de fazer face à actual conjuntura de recuperação e retoma da actividade económica. Os erros de um passado, claramente breve e ainda presentes na cabeça dos agentes e investidores económicos, jamais poderão ocorrer. Desde os erros ao nível da supervisão financeira, e das instituições com tais tipos de responsabilidades, até aos erros de análise dos cenários macroeconómicos das economias europeias – como a economia grega e islandesa –, estes também tiveram a sua quota-parte na chegada da crise internacional e, também, na forma como esta foi abordada e combatida. Mais uma vez, poder-se-á legitimar que tais problemas estão associados a uma falta de liderança carismática. Porém, colocando o passado de parte, o futuro exige necessidades de fundo, que necessitam, portanto, de uma liderança à altura. Apesar da falta de liderança, num panorama europeu onde nos encontramos, ser um problema de fundo, as actuais “lideranças” mostram-se algo relutantes quanto ao futuro da União Europeia e da própria divisa europeia, o euro. Uma liderança forte e capaz de explicar o projecto europeu aos próprios europeus passa, como não poderia deixar de ser, por assegurar uma estratégia europeia para o futuro; estratégia essa que terá de garantir, também, que estamos presentes numa Europa solidária para com os seus respectivos estados membros e, por outro lado, colocar automaticamente de lado a Europa elitista e discriminatória, que vê nas economias mais fracas os problemas nucleares, tentando, portanto, equacionar a sua respectiva saída da Zona Euro.

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