terça-feira, 3 de agosto de 2010

Paul Krugman e a saída de Portugal do Euro

Como todos sabem, desde há muito, sou um profundo admirador de Paul Krugman e do seu espírito crítico ao actual sistema económico, financeiro e, também, social. Admiro a sua capacidade crítica, bem como a sua extraordinária capacidade de explicar algo extremamente complexo, como a realidade económica e financeira mundial, a qualquer pessoa que se desinteresse pelas temáticas económicas. Porém, nem sempre poderia estar de acordo com a sua doutrina económica e com as suas ideias. No caso da afirmação do próprio face à saída de Portugal da divisa europeia, o euro, de facto jamais poderia concordar com tal ponto. Note-se que a saída de Portugal, depois de o mesmo tipo de ideias terem ocorrido face à economia grega, representa um estilo de política europeia que em nada representa aquilo que, manifestamente, fora prometido a nós, europeus. Apesar de ser um acérrimo defensor contra o presente modelo europeu – claramente capitalista, federalista e desrespeitador da cultura europeia – a saída de Portugal do euro seria, nada mais, nada menos, que o fim da economia portuguesa. Com a respectiva e hipotética saída da Zona Euro, Portugal passaria a ver os seus principais activos amplamente desvalorizados e, por outro lado, igualmente grave, passaria a contar com uma inflação drástica dos seus passivos, principalmente aqueles que representam títulos de dívida aos países europeus integrados no euro. Esta é a filosofia que terá de ser combatida! Ter-se-á de combater a Europa elitista, de modo a fazer-se cumprir o prometido, aquando da entrada de todos os estados membros europeus.

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